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27/02/2025

As invocações incluídas na Ladainha são orações que nasceram dos “desafios” da vida



 

 A decisão do Papa Francisco foi comunicada pela Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, em 2020, numa carta endereçada aos presidentes das Conferências Episcopais.

Trata-se da inclusão de três invocações na Ladainha:“Mater Misericordiae” (Mãe da Misericórdia), “Mater Spei” (Mãe da Esperança) e “Solacium migrantium” (Conforto ou Ajuda dos Migrantes). São as  invocações inseridas na Ladainha de Nossa Senhora, que tradicionalmente conclui a oração do Terço.

 A invocação "Rainha da Família", anteriormente foi incluída por São João Paulo II, após a invocação Rainha do Santo Rosário.





Maria, Rainha da família

Maria SS. é e deve ser, em primeiro lugar, a Rainha da família cristã. Esta realeza de Maria tem o seu fundamento sólido nas singulares relações que a unem à grande e eterna família do céu, composta pelas três pessoas divinas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo.


Maria SS., como disse Pio XII, está “misteriosamente aparentada, em virtude da união hipostática, com a SS. Trindade e com Aquele que, só, é por essência a Majestade infinita, Rei dos Reis e Senhor dos senhores, como Filha primogênita do Pai, Mãe terníssima do Verbo, Esposa predileta do Espírito Santo” [1].


Ela é, com efeito, por esse seu divino “parentesco” com a família divina, Rainha de todas as outras famílias; tem, portanto, direito à homenagem, ao obséquio e à servidão de todas elas. Donde a suma conveniência de que todas as famílias, além de consagrar-se ao S. Coração de Cristo Rei, consagrem-se também ao Coração Imaculado e doloroso de Maria Rainha, a fim de reconhecer de uma maneira solene e voluntária esse domínio natural que Ela tem sobre todas as famílias.


“Só será mãe cristã, autêntica e verdadeira, aquela que se amoldar ao exemplo da augusta Mãe de Cristo.”

Daí a oportunidade de erigir em todos os lares, no lugar mais frequentado da casa, um altarzinho com uma bela imagem de Maria SS., de maneira que todos possam tê-la continuamente diante dos olhos e no coração, tornando-se assim, na prática, Rainha do lar, verdadeira “ama da casa”.


Será também oportuno colocar em todos os cômodos alguma bela imagem de Maria: Ela deve constituir o centro ao redor do qual se desenvolva e no qual se inspire toda a vida doméstica. Diante dela a família deve recolher-se em oração, especialmente durante a récita do Santo Terço. A Ela as crianças devem aprender a pedir perdão depois de qualquer travessura. A Ela, além de flores materiais, devem-se oferecer todas as flores espirituais, bem como as florezinhas que em sua honra produzem e pintam as crianças. A Ela se recorre continuamente nas várias necessidades da família, tanto espirituais quanto materiais. A Ela, enfim, a saudação de todos ao entrar ou sair de casa.


Será de bom conselho renovar todos os anos o ato de consagração a Maria, a fim de trazer outra vez à memória nossos deveres para com a amabilíssima Rainha de todas as famílias. E podemos facilmente imaginar os grandes e incalculáveis efeitos de semelhante presença de Maria em todas as famílias cristãs. O pensamento, tão óbvio, de não entristecer jamais a uma tão excelsa Rainha, sentada em seu trono, será de grande eficácia para impedir as blasfêmias, as palavras feias, as discussões, as imprecações; numa palavra, o pecado em todos os seus aspectos. Não será menor a eficácia de semelhante presença em fazer com que floresçam, tendo-a como exemplo luminoso, as mais belas virtudes cristãs, particularmente as domésticas.




LADAINHA DE NOSSA SENHORA

Senhor, tende piedade de nós
Cristo, tende piedade de nós
Senhor, tende piedade de nós
Cristo, ouvi-nos
Cristo, atendei-nos
Deus Pai do céu, tende piedade de nós
Deus Filho Redentor do mundo, tende piedade de nós
Deus Espírito Santo, tende piedade de nós
Santíssima Trindade, que sois um só Deus, tende piedade de nós
Santa Maria, rogai por nós.
Santa Mãe de Deus,
Santa Virgem das virgens,
Mãe de Cristo,
Mãe da Igreja,
Mãe da Misericórdia,
Mãe da divina graça,
Mãe da Esperança,
Mãe puríssima,
Mãe castíssima,
Mãe sempre virgem,
Mãe imaculada,
Mãe digna de amor,
Mãe admirável,
Mãe do bom conselho,
Mãe do Criador,
Mãe do Salvador,
Virgem prudentíssima,
Virgem venerável,
Virgem louvável,
Virgem poderosa,
Virgem clemente,
Virgem fiel,
Espelho de perfeição,
Sede da Sabedoria,
Fonte de nossa alegria,
Vaso espiritual,
Tabernáculo da eterna glória,
Moradia consagrada a Deus,
Rosa mística,
Torre de Davi,
Torre de marfim,
Casa de ouro,
Arca da aliança,
Porta do céu,
Estrela da manhã,
Saúde dos enfermos,
Refúgio dos pecadores,
Conforto dos migrantes,
Consoladora dos aflitos,
Auxílio dos cristãos,
Rainha dos Anjos,
Rainha dos Patriarcas,
Rainha dos Profetas,
Rainha dos Apóstolos,
Rainha dos Mártires,
Rainha dos confessores da fé,
Rainha das Virgens,
Rainha de todos os Santos,
Rainha concebida sem pecado original,
Rainha assunta ao céu,
Rainha do santo Rosário,
Rainha da Família,
Rainha da paz,

Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, perdoai-nos, Senhor.

Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, ouvi-nos, Senhor.

Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, tende piedade de nós.

Rogai por nós, santa Mãe de Deus.

Para que sejamos dignos das promessas de Cristo.

Oremos! Senhor nosso Deus, concedei-nos sempre saúde de alma e de corpo, e fazei que, pela intercessão da Virgem Maria, libertos das presentes tristezas, gozemos as alegrias eternas. Por Cristo nosso Senhor. Amém. 

Ou: Infundi, Senhor, em nossas almas a vossa graça, para que nós, que conhecemos pela Anunciação do a Encarnação do vosso Filho, cheguemos, pela sua Paixão e Cruz, à glória da Ressurreição. Por Cristo nosso Senhor. Amém.

Ladainha de Nossa Senhora

Fonte: Alessandro De Carolis – Vatican News



23/02/2025

Jubileu dos Diáconos

 


Fisichella: os diáconos como “pontes” entre o altar e a rua

O pró-prefeito do Dicastério para a Evangelização presidiu, por delegação do Santo Padre, a Missa de encerramento do Jubileu dos Diáconos na Basílica de São Pedro na manhã deste domingo, 23 de fevereiro. Oração pelo Papa Francisco: "Nós o sentimos próximo, presente entre nós." Durante a celebração, vinte e três receberam o sacramento da Ordem.

JUBILEU DOS DIÁCONOS

Santa Missa com ordenações diaconais

Homilia do Papa Francisco lida pelo arcebispo Rino Fisichella

Basílica de São Pedro

VII domingo do Tempo Comum, 23 de fevereiro de 2025

A mensagem das leituras que acabamos de escutar poderia ser resumida numa palavra: gratuidade. Um termo certamente caro a vós, Diáconos, aqui reunidos para a celebração do Jubileu. Reflitamos, pois, sobre esta dimensão fundamental da vida cristã e do vosso ministério, considerando, em particular, três aspectos: o perdão, o serviço desinteressado e a comunhão.

Primeiro: o perdão. A proclamação do perdão é uma tarefa essencial do diácono. Efetivamente, é um elemento indispensável para qualquer caminho eclesial e uma condição para toda a convivência humana. Jesus mostra-nos a sua necessidade e alcance quando diz: «Amai os vossos inimigos» (Lc 6, 27). E é exatamente assim: para crescermos juntos, partilhando luzes e sombras, sucessos e fracassos uns dos outros, é necessário saber perdoar e pedir perdão, restabelecendo as relações e não excluindo do nosso amor nem mesmo quem nos ataca e trai. Um mundo onde só prevalece o ódio pelos adversários é um mundo sem esperança, sem futuro, condenado a ser dilacerado por guerras, divisões e vinganças intermináveis – como, infelizmente, vemos ainda hoje, a tantos níveis e em várias partes do mundo. Perdoar significa, portanto, preparar em nós e nas nossas comunidades uma casa acolhedora e segura para o futuro. E o diácono, investido pessoalmente de um ministério que o leva às periferias do mundo, compromete-se a ver – e a ensinar os outros a ver – em cada um, mesmo naqueles que erram e causam sofrimento, uma irmã e um irmão feridos na alma e, por isso mesmo, mais necessitados do que qualquer outro de reconciliação, de orientação e de ajuda.

A Primeira Leitura fala-nos desta abertura de coração, apresentando-nos o amor leal e generoso de David por Saul, seu rei, mas também seu perseguidor (cf. 1 Sm 26,2.7-9.12-13.22-23). Mostra-nos ainda, noutro contexto, a morte exemplar do diácono Estêvão, que morre apedrejado, perdoando os seus lapidadores (cf. Act 7, 60). Mas, sobretudo, vemo-la em Jesus, modelo de toda a diaconia, que na cruz, “esvaziando-se” até dar a vida por nós (cf. Fl 2, 7), reza pelos seus algozes e abre as portas do Paraíso ao bom ladrão (cf. Lc 23, 34.43).

E chegamos ao segundo ponto: o serviço desinteressado. O Senhor, no Evangelho, descreve-o com uma frase tão simples e clara: «Fazei o bem e emprestai, sem nada esperar em troca» (Lc 6, 35). São poucas palavras, mas trazem em si o bom perfume da amizade. Antes de mais, aquela que Deus nutre por nós, mas também a nossa. Para o diácono, esta atitude não é um aspecto acessório das suas ações, mas uma dimensão substancial do seu ser. Realmente, ele é consagrado para ser, no ministério, “escultor” e “pintor” do rosto misericordioso do Pai, testemunha do mistério de Deus-Trindade.


Em muitas passagens evangélicas, Jesus fala de si mesmo sob esta perspectiva. Assim o faz com Filipe, no Cenáculo, pouco depois de ter lavado os pés aos Doze, dizendo-lhe: «Quem me vê, vê o Pai» (Jo 14, 9). O mesmo acontece na instituição da Eucaristia, quando afirma: «Eu estou no meio de vós como aquele que serve» (Lc 22, 27). Mas já antes, no caminho para Jerusalém, quando os discípulos discutiam entre si sobre quem seria o maior, Ele tinha-lhes explicado que o «Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por todos» (Mc 10, 45).

Portanto, irmãos Diáconos, o trabalho gratuito que realizais, como expressão da vossa consagração à caridade de Cristo, é para vós o primeiro anúncio da Palavra, fonte de confiança e de alegria para aqueles que vos encontram. Acompanhai-o tanto quanto possível com um sorriso, sem reclamar e sem buscar reconhecimento, apoiando-vos mutuamente, inclusive nas vossas relações com os Bispos e os presbíteros, «como expressão de uma Igreja disposta a crescer no serviço do Reino com a valorização de todos os graus do ministério ordenado» (CEI, I Diaconi permanenti nella Chiesa in Italia. Orientamenti e norme, 1993, 55). Dessa maneira, a vossa ação unida e generosa será uma ponte que liga o Altar à rua, a Eucaristia à vida quotidiana das pessoas; a caridade será a vossa mais bela liturgia e a liturgia o vosso mais humilde serviço.

E chegamos ao último ponto: a gratuidade como fonte de comunhão. Dar sem esperar nada em troca une e cria laços, porque exprime e alimenta um estar juntos que não tem outro fim senão o dom de si e o bem das pessoas. São Lourenço, vosso patrono, quando os seus acusadores lhe pediram para entregar os tesouros da Igreja, mostrou-lhes os pobres e disse: «Aqui estão os nossos tesouros!». É assim que se constrói a comunhão: dizendo ao irmão e à irmã, com palavras, mas sobretudo com ações concretas, tanto pessoalmente quanto em comunidade: “tu és importante para nós”, “queremos-te bem”, “queremos que participes do nosso caminho e da nossa vida”. É isso que fazeis: maridos, pais e avós prontos, no serviço, a alargar as vossas famílias aos necessitados, onde quer que vivais.

Assim, a vossa missão, que vos retira da sociedade para nela vos fazer reentrar, tornando-a cada vez mais um lugar acolhedor e aberto a todos, é uma das mais belas expressões de uma Igreja sinodal e “em saída”.

Daqui a pouco, alguns de vós, ao receberem o Sacramento da Ordem, “descerão” os degraus do ministério. Digo e sublinho intencionalmente que “descerão”, e não que “subirão”, pois, com a Ordenação, não se sobe, mas desce-se, torna-se pequeno, abaixa-se e despoja-se. Para usar as palavras de São Paulo, abandona-se, no serviço, o “homem da terra”, e se reveste, na caridade, do “homem do céu” (cf. 1 Cor 15, 45-49).

Meditemos todos sobre o que vamos fazer, confiando-nos à Virgem Maria, a serva do Senhor, e a São Lourenço, vosso padroeiro. Que eles nos ajudem a viver o nosso ministério com um coração humilde e cheio de amor, e a ser, na gratuidade, apóstolos do perdão, servos desinteressados dos irmãos e construtores de comunhão. (homilia do Papa Francisco)



MInistério da Visitação - Ir. Patricia Silva

Venerável Ibiapina - Advogado dos pobres e peregrino da caridade

  O Papa Francisco, em 31 de março de 2025, declarou Venerável o Brasileiro, natural de Sobral, no Estado do Ceará, José Antônio Maria Ibiap...